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Assistente comunica-se com para-atleta para posicionar calha. |
Um grupo de 40 estudantes dos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física do CEFID participou de uma capacitação em paradesporto na Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), em São José (SC). Orientados pelos professores Paulo Gutierres Filho (CEFID) e Jefferson Seeber (FCEE), eles tiveram uma vivência teórica e prática do esporte, com a oportunidade de interagir com para-atletas atendidos pela fundação.
A atividade é parte das disciplinas Organização e Administração da Educação Física (licenciatura) e Metodologia da Ginástica Adaptada (bacharelado), ambas a cargo do professor Gutierres. “Foi uma vivência teórico-prática muito interessante, em que os estudantes puderam não só experimentar o esporte, como atuaram com para-atletas com paralisia cerebral, por exemplo, que não conseguem se comunicar verbalmente”, explica Guitierres. “Isso permite despertar nos alunos o interesse pelo paradesporto”.
O curso, nos dias 18, 20 e 25 de maio, teve 20 horas de duração e abordou temas como introdução à história do desporto adaptado, paralisia cerebral, noções de classificação funcional e aspectos teóricos de bocha paraolímpica. Na vivência prática, os estudantes experimentaram jogar nas classes BC1 (com as mãos e pés), BC2 (sem ajuda de assistente) e BC3 (com ajuda de um assistente).
Calheiro
O estudante Gabriel Renaldo de Sousa, da graduação em Educação Física do CEFID, foi um dos que experimentou atuar como calheiro, assistente que posiciona uma calha para que o para-atleta, geralmente com paralisia parcial do corpo e incapaz de se expressar verbalmente, possa lançar a bola. “A função de calheiro, onde não podemos ajudar em nada, nos mostra a inteligência dos atletas para montar sua estratégia de jogo e sair de situações adversas”, ressaltou Gabriel. O calheiro fica de costas para o jogo e precisa se comunicar com o para-atleta, que indica o posicionamento da calha.
Para o professor Jefferson Roberto Seeber, que ministrou o curso juntamente com o docente Paulo Gutierres Filho, essa foi uma ótima experiência para ambas as partes. “Os atletas da FCEE tiveram a oportunidade de mostrar suas habilidades, desafiando alguns acadêmicos para jogarem com eles; por outro lado, estas atividades aproximaram os universitários da realidade que irão vivenciar após deixarem os bancos escolares. Um projeto que auxilia no processo de inclusão e demonstra a necessidade de ampliarmos a oferta de ações para as pessoas com deficiência”, ressaltou Seeber.